quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Lula - Collor - Sarney"


Lula-Collor-Sarney


Você viram o Collor falando? Notaram o olho rútilo, o tremor, o vocabulário? Perceberam o rancor, o ressentimento, o ódio? Eu já vi isso tudo antes. Vi Collor falar assim de Lula. Vi Lula falar assim de Collor. Vi Collor falar assim de Sarney. Vi Lula falar assim de Sarney. Hoje os três estão juntos. São quase trigêmeos políticos. Somos governados pela aliança Lula-Collor-Sarney.
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Na verdade, as palavras de Collor não foram dirigidas somente ao senador Pedro Simon. O ex-presidente falou para todos aqueles que ainda ousam criticar o coronelismo, o paternalismo, a arrogância e a vulgaridade do governo.
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A fala de Collor não começou nesta segunda-feira. Começou alguns dias antes, quando Collor e Lula se abraçaram no palanque. Aquele abraço explica muita coisa.
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Quando penso na fala de Collor, penso em muitas outras coisas. Penso na foto em que aparecem Sarney, Renan, Agaciel Maia e o censor de toga Dácio Vieira. Penso no sorriso de Renan. Penso na conversa entre a neta e o filho de Sarney – “aquela vaga é nossa...”. Penso em Lula dizendo que Sarney “não é uma pessoa comum”. Penso nos debates e acusações entre Collor e Lula em 1989. Penso em Collor, no mesmo ano, prometendo que iria mandar Sarney para a cadeia. Penso no esquema PC, na Ferrovia Norte-Sul, no mensalão. Não fui abençoado com o dom da amnésia: minha memória é impiedosa.
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Lula, Collor e Sarney vivem falando mal da “mídia”. Naturalmente, não se referem à mídia oficial da TV Lula; ou à mídia da família Sarney no Maranhão; ou à mídia da família Collor em Alagoas. Eles só criticam a mídia que não podem controlar. Odeiam a imprensa que não conseguem calar (embora tentem). Lula, Collor e Sarney – unidos na defesa do gigantismo estatal, da máquina de favores, da bajulação governista – querem transformar o Brasil no Maranhão, nas Alagoas, na Venezuela.
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E nós, vamos engolir?

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